GEOGRAFIA DO TRANSPORTE


Embora a frequência varie entre as cidades brasileiras, a bicicleta é utilizada em todas elas e, culturalmente, faz parte da sociedade desde a infância. As bicicletas aparecem mais no litoral e na Região Sul. Mas, seu uso está bastante condicionado à topografia e às características do trânsito de uma cidade e/ou localidade. Essa existência, entretanto, não contou com o apoio das autoridades de trânsito do Brasil. Os ciclistas foram ignorados, assim como os pedestres, em detrimento do veículo motorizado.

VASCONCELOS, Eduardo Alcântara de. Políticas de Transporte no Brasil: a construção da mobilidade excludente. Barueri, SP: Manole, 2013 (adaptado).

 

Considerando a história da bicicleta em nossos país, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.

 

A bicicleta esteve presente nas cidades brasileiras desde o século XIX, mas o primeiro modelo foi montado no Brasil em 1949.

PORQUE

Com o crescimento urbano do pós-guerra, a bicicleta se tornou muito popular, sendo intensamente utilizada.

 

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:

 


As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.


As asserções I e II são proposições falsas.


As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.


A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.


A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.

O gráfico abaixo apresenta a relação entre os consumos e impactos da mobilidade na Região Metropolitana de São Paulo, por nível de renda familiar, em 1997. Analise:

 

Consumos e impactos da mobilidade na RMSP por nível de renda familiar, em 1997.

 

Fonte: Adaptada de CMSP (1998). In: VASCONCELOS (2013, p. 20).

 

Considerando os dados apresentados na tabela acima, pode-se afirmar que:

 


As famílias de renda mais alta apresentam consumo de espaço e energia, e produzem impactos de poluição e acidentes, bem maiores do que as famílias de renda mais baixa.


As famílias de renda mais alta e as famílias de renda mais baixa apresentam consumo de espaço e energia, e produzem impactos de poluição e acidentes, muito semelhantes.


As famílias de renda mais alta produzem maior poluição e se envolvem mais em acidentes, enquanto as famílias de renda mais baixa apresentam maior consumo de espaço e energia.


As famílias de renda mais alta consomem espaço e energia maiores do que as famílias de renda mais baixa, o que não se verifica em relação à produção de poluição e acidentes.


As famílias de renda mais alta apresentam maior consumo de espaço e energia, e as famílias de renda mais baixa produzem maior poluição e se envolvem mais em acidentes.

Sobre a fase da motocicleta no Brasil, considere a charge e o texto a seguir:

TEXTO 1

https://3.bp.blogspot.com/-ysPuuTgv4nE/Tf3vpVds0sI/AAAAAAAAANI/HDdDa2Ci_b4/s1600/chargefoice.jpg

Disponível em https://blogcapoeiras.blogspot.com/2011/06/acidente-com-moto-matou-mais-um-jovem.html. Acesso em: 05 Set. 2018.

 

TEXTO 2

O Brasil tem mais de 24 milhões de motocicletas, segundo dados de 2016 do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). O número corresponde a 27% do total de veículos que rodam nas estradas do país. E os acidentes com motos concentram 76% das indenizações pagas pelo Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT).”

(Motos lideram tragédias no trânsito. Reportagem de 28/07/2017. Disponível em http://www.diarioonline.com.br/noticias/para/noticia-437332-.html (adaptado). Acesso em Set. 2018).

Com base nos textos 1 e 2, podemos concluir que:

 


No âmbito nacional, o impacto no número de mortos em motocicletas assumiu a característica de tragédia social.


A eficácia da moto se mostrou muito superior ao carro, por ocupar menores espaços e, por isso, gerar menos custos.


Conclui-se que os acidentes envolvendo motocicletas que resultam em indenizações pagas pelo DPVAT se referem aos atropelamentos provocados.


As motos passaram a ser vendidas, especialmente, na zona rural, e passaram a ser utilizadas como instrumento de trabalho.


Os acidentes com motos superam, em muito, os acidentes com carros, pois, há muito mais motocicletas rodando.

Leia e analise o texto abaixo, sobre o tema mobilidade urbana:

“Junho de 2013 colocou a mobilidade urbana na pauta do debate nacional, seguindo o espaço já ocupado pela mobilidade social e de renda, e o discurso dos feitos sociais da dita nova classe média. Mas os que passam a se deslocar não são necessariamente saudados nas ruas, shoppings e aeroportos. As fraturas sociais são profundas, o Estado não executa políticas estruturais de inclusão e cidadania, e os conflitos urbanos formam o quadro dessa condição. ”

(Mobilidade e movimentos sociais: cidade em disputa. Reportagem de 31/10/2013. Disponível em https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Cidades/Mobilidade-e-movimentos-sociais-cidade-em-disputa/38/29403. Acesso em Out. 2018)

 

Com base no texto e em seus conhecimentos sobre movimentos sociais na área de mobilidade urbana, assinale a alternativa correta:

 


Ocorreram sistematicamente no Brasil, desde a década de 1940, representando relevância nas ações administrativas municipais. Simbolizaram importante instrumento de controle e tomada de decisões governamentais.  


Receberam apoio de dois setores muito relevantes - construção de infraestrutura viária e construção civil -, com interesses claros e críticos em relação à sociedade do automóvel, o que permitiu vários avanços.


Foram tão significativos na história do Brasil, que promoveram verdadeiras revoluções na insegurança do trânsito e na deterioração do meio ambiente, com leis rígidas em âmbito nacional e auxílio de entidades estrangeiras.


Não ocorreram de forma permanente e sistemática no Brasil. O único movimento de maior expressão foi o de protesto pelas más condições do transporte coletivo e pelo conflito entre a tarifa e a renda dos usuários.


Defenderam o uso do automóvel, se aliando ao Estado e, portanto, às elites econômicas e políticas, operacionalizadas pela burocracia e pela tecnocracia dos órgãos públicos, para juros e impostos mais favoráveis.   

Embora regulamentado, o transporte público no Brasil acabou sendo tratado como assunto de mercado, muito mais do que um serviço público. Observe a tirinha de Armandinho abaixo e reflita sobre:

 

https://2.bp.blogspot.com/-2o9ZbVdkw5o/WQfuZZS4YII/AAAAAAAAEpA/Vva_x4BbW9MuEMIoVbGnZyqRqTxJ6gVJgCLcB/s1600/18194106_1533124553399512_7231992618978871642_n.png

Fonte: https://2.bp.blogspot.com/-2o9ZbVdkw5o/WQfuZZS4YII/AAAAAAAAEpA/Vva_x4BbW9MuEMIoVbGnZyqRqTxJ6gVJgCLcB/s1600/18194106_1533124553399512_7231992618978871642_n.png, acesso em Fev. 2019.

 

Pode-se afirmar que o diálogo entre Armandinho e seu pai se refere à seguinte afirmação:

 


O transporte coletivo é gerido pela iniciativa privada e não recebe a atenção devida do poder público, que tem o papel de definir regras e fiscalizar.  


O pai de Armandinho está se referindo apenas aos serviços ofertados por vans, que transportam um coletivo de pessoas.


A charge questiona a falta de mercado consumidor do transporte coletivo, o que abre espaço para a utilização do transporte privado.


O transporte público é gerido pelos poderes públicos municipais, proprietários das frotas prestadoras desse serviço.


A charge apresenta uma crítica em relação ao público que utiliza o serviço de transporte coletivo no Brasil, pois, não cobram por qualidade.

“As vias possuem a função essencial de abrigar grande parte dos deslocamentos, permitindo às pessoas o acesso aos serviços indispensáveis que a cidade guarda. O espaço que hoje se destina ao estacionamento, gratuito ou não (zona azul), de carros em áreas públicas poderia ser mais bem utilizado se convertido para a instalação de espaços de convivência (mais conhecidos como parklets), ciclovias, ciclofaixas ou mesmo para o alargamento das insuficientes calçadas brasileiras. (RUBIM & LEITÃO, p. 61 e 62).

 

Considerando o assunto tratado no trecho de texto acima, avalie as assertivas a seguir:

 

I) Por determinação legal, o patrimônio público representado pelas vias é distribuído igualmente entre as pessoas. Assim, os investimentos realizados no sistema viário se tornaram democráticos e equitativos.

II) O automóvel é o grande consumidor do espaço viário, especialmente quando é deixado estacionado ao longo das vias. Porém, há que se pensar que o que motiva a construção das vias é, essencialmente, a circulação das pessoas.  

III) A sociedade, como um todo, paga o custo do estacionamento nas vias públicas, independentemente do meio que se utiliza para locomoção. Isso significa que esse preço é subsidiado àqueles que possuem automóveis.  

 

É correto o que se afirma em:

 


III, apenas.


I, II e III.


II e III, apenas.


I e III, apenas.


I, apenas.

Mobilidade é a qualidade daquilo o que se move. Aplicado à cidade o termo se refere à locomobilidade, ou seja, deslocamento de cargas e pessoas no espaço urbano. As condições atuais de mobilidade nas grandes cidades do Brasil foram decididas a partir da década de 1930. Nesse período ocorriam importantes mudanças históricas no país, entre elas:

 

I) Passagem da economia de base agrária para a de base industrial e aceleração do processo de urbanização da população.

II) Um grande debate a respeito da ocupação mais abrangente do território nacional, frente às distâncias e obstáculos naturais.

III) Uma grande preocupação em torno da mobilidade dos habitantes das áreas mais descentralizadas das cidades.

IV) As rodovias passaram a ser substituídas pelas ferrovias, para que as mercadorias das indústrias pudessem ser transportadas.

V) As motocicletas deixaram de ser importadas e começaram a ser produzidas, o que fez aumentar os acidentes fatais no país.

 

É correto o que se afirma em:

 


I, II e III.


I e II, apenas.


III e IV, apenas.


I, III e V.


II, e V, apenas.

A indústria automobilística exerceu papel fundamental nas políticas públicas brasileiras, especialmente no pós-Guerra. Esse cenário se expôs de forma mais evidente nas decisões governamentais a respeito da construção, aquisição e uso de automóveis. Assim, esse segmento da indústria passou a ser compreendido como indispensável do ponto de vista econômico. Algumas das assertivas abaixo ilustram o cenário da ideologia construída em torno da indústria automobilística:

 

  1. A infraestrutura é uma das dimensões da política de transportes. Ela envolve a circulação de mercadorias e pessoas.
  2. Na prática, o governo se tornou sócio e refém da indústria automobilística e, portanto, interessado em seu faturamento.
  3. Criou-se um discurso de que a indústria automobilística é parte essencial do PIB brasileiro, o que não é avaliado adequadamente.
  4. Sempre que a indústria automobilística passa por períodos de dificuldades o governo é ameaçado pelas demissões.
  5. No que se refere à organização da circulação no espaço urbano, as políticas adotadas nesse período eram estritamente locais.

 

Ilustram o cenário da ideologia construída em torno da indústria automobilística as assertivas:

 


2, e 5, apenas.


3 e 4, apenas.


1 e 2, apenas.


1, 2 e 3.


2, 3 e 5.

As políticas de mobilidade urbana do Brasil podem ser compreendidas a partir de dois pilares, a saber: a urbanização (acelerada) e a constituição da indústria automobilística no país. Esses processos se desenrolaram no Pós-Guerra, especialmente, a partir da década de 1950.

Entre os desdobramentos dos pilares supracitados podemos afirmar que:

  1. A alocação de pessoas em ambiente urbano, frente à ampliação das dimensões da cidade, constituiu a demanda por transporte público regular.
  2. A constituição da indústria automobilística representou a oferta mais acessível de veículos particulares, que passaram a disputar com o transporte público.
  3. Quando os veículos particulares começaram a ser produzidos com regularidade, os preços eram baixos, permitindo o acesso de grupos populares.  
  4. Graças à forte presença do Estado nos conflitos de uso e ocupação do solo urbano, desde o início da urbanização brasileira houve preferência pelo transporte público.
  5. A indústria automobilística tornou-se muito importante para o governo federal, graças à considerável e crescente receita de impostos gerados pelo setor.

Estão corretas as assertivas:

 


3, 4 e 5.


1, 3 e 5.


2, 3 e 4.


1, 2 e 5.


1, 2 e 3.

O uso das vias públicas pelas formas de transporte mais simples – caminhar ou usar a bicicleta – sempre foi intenso no Brasil, como em qualquer sociedade. No entanto, são raros os movimentos individuais ou sociais na defesa dos interesses dos pedestres ou ciclistas. (VASCONCELOS, p. 213).

VASCONCELOS, Eduardo Alcântara de. Políticas de Transporte no Brasil: a construção da mobilidade excludente. Barueri, SP: Manole, 2013 (adaptado).

 

Considerando o texto acima, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.

 

Os pedestres brasileiros, de renda baixa e média, têm pouco poder de pressão sobre os governos. Assim, basicamente, abandonaram a defesa de seus interesses.

 

PORQUE

 

Andar é considerado transporte pela engenharia de tráfego tradicional, que dá ênfase ao movimento não motorizado, enquanto o poder público é responsável pela construção das calçadas.

 

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:

 


A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.


As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.


As asserções I e II são proposições falsas.


A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.


As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.

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